terça-feira, 26 de abril de 2011

E Outro Diálogo Impertinente

* ...Amelie de repente teve a sensação estranha de estar em harmonia total, tudo estava perfeito naquele instante, a suavidade da luz, o perfume no ar, o som tranquilo da cidade. Ela inspira profundamente e a vida parece tão simples e tão clara que um arrebatamento amoroso, um desejo de ajudar a humanidade inteira tomou-a de uma só vez.

- Vem, vou ajudar o senhor (homem cego a atravessar a rua). Descendo, opa...vamos. Cruzamos com a viuva do tocador de tambor, ela usa a jaquete do marido desde de que ele morreu...atenção, opa...a placa de açogue de carne de cavalo perdeu uma orelha, esse aki é o marido da florista, ele tem rugas de malícia no olhar, ah, na vitrine tem pirulitos Pierrot Gourmand...hum, está sentindo o cheiro? Dando melões para os clientes experimentarem ("...olha o melão, melão, melão"), essa senhora fez sorvete de bombons, passamos na frente da salsicharia, 79 o presunto inteiro, 45 o pedaço salgado, a casa de queijo, 2,90 o Picodon de l'Ardèche e 23,50 o Chabichou du Poitou, no açougue tem um bebê que olha um cachorro que olha a maquina de frangos, agora estamos na frente do quiosque de jornais, bem na frente do metro eu deixo você aqui, tchau.

O Fabuloso Destino de Amelie Poulain

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