Histórico: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
Histórico: Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura.
Histórico: Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Daí, a expressão.
Histórico: Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de Santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a Santa.
E foi isso que aconteceu. Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
Histórico: As primeiras telhas dos telhados nas casas aqui no Brasil eram feitas de argila, que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido os diferentes tipos de coxas.
Significado: Deixado de lado.
Histórico: Esta famosa frase serviu originalmente de resposta de quem não queria dar esmolas. Homens duros de coração respondiam aos mendigos que lhe estendiam a mão: "Deus dará. Eles não." Quem dependia da caridade pública ficava em má situação, ao Deus dará.
A expressão cristalizou-se de tal forma que, no século XVII, um negociante português que vivia no Recife, de tanto proferir a frase, passou a tê-la acrescentada ao próprio nome. Ficou conhecido como Manuel Álvares Deus Dará.
Significado: Começar bem.
Histórico: A expressão surgiu no Império Romano e conseguiu espalhar-se pelo mundo inteiro.
Nas festas realizadas na antiga Roma, os convidados eram avisados de que deveriam entrar nos salões com o pé direito – dextropede. A medida, segundo os romanos, evitaria o agouro.
Significado: Dormir muito cedo.
Histórico: A expressão significa deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas.
Significado: Amaldiçoar alguém ou local muito longínquo.
Histórico: Uma corrente (com variantes, é claro) associa o termo quintos ao imposto de 20% cobrados pela coroa portuguesa sobre todo o ouro fundido no Brasil.
Em Parati, por exemplo, até hoje existe a velha Casa dos Quintos. O navio que levava a Lisboa o produto dessa arrecadação era a nau dos quintos; por causa da antipatia que os brasileiros sentiam por esse tributo, teria sido agregada a locução “dos infernos“, ficando então completa a expressão. Outra corrente volta-se para Quintos, uma das freguesias de Beja, em Portugal. Como estava situada, na Idade Média, no limite do território português, a localidade era alvo constante das investidas dos chefes árabes que dominavam grande parte da Península Ibérica, o que tornava infernal a vida nessas paragens. Daí teria vindo o hábito de arrenegar os desafetos e inimigos, mandando-os para “os Quintos dos infernos“.
Significado: Muito bom.
Histórico: Foi no reinado de Luís XIV, o Rei Sol, que a França disciplinou as saudações feitas com o chapéu. O costume vinha dos templos da mais parda das eminências, o cardeal Richelieu, à época de Luís XIII. Os cumprimentos podiam ser feitos com um toque na aba; erguendo-o um pouco, sem retirá-lo da cabeça; tirando-o inteiramente ou fazendo-o roçar no chão, quase como uma vassoura, tudo dependendo da importância social de quem era saudado. Como se sabe, os Luíses XIII e XIV foram reis que se preocuparam muito com chapéus.
Significado: Elogiar exageradamente.
Histórico: Está presente numa das comédias do fundador do teatro de costumes no Brasil, o dramaturgo Luís Carlos Martins Pena (1815-1848), em cena na qual um vendedor de fazendas vai à casa de uma moça para cortejá-la e, como pretexto, oferece-lhe alguns panos “apenas pelo prazer de ser humilde escravo de uma pessoa tão bela“. Retruca a moça: “Não rasgue a seda, que esfiapa-se“.
Significado: Não incomode, vá para longe.
Histórico: Esta frase, proferida como ofensa, é adaptação brasileira de um provérbio português: “Mau grado haja a quem asno penteia“. Na tradição de Portugal, pentear burros e jumentos seria tarefa menor, quase desnecessária. Provavelmente o verbo significava escovar, um luxo para animais de carga. Mas no século XVIII, o animal já havia sido substituído por bugio em Portugal e por macaco no Brasil, tal como aparece em documentos de 1756 assinado pelo Rei Dom José (1714-1777), que deve ter penteado muitos macacos, já que quem exercia o poder era o Marquês de Pombal (1699-1782).
Significado: Não adianta mais. Inutilidade de certas ações tardias.
Histórico: Personagem histórica e literária, celebrada em Os lusíadas, de Luís de Camões (1524-1580), Inês de Castro (1320-1355) teve um caso com o príncipe Dom Pedro (1320-1367), com quem teve três filhos. Por reprovar o romance, a casa real condenou a dama castellana que vivia na corte portuguesa à morte por decapitação. Ela literalmente perdeu a cabeça por um homem. Quando já era o oitavo rei de Portugal, Dom Pedro deu-lhe o título de rainha. Mas àquela altura logicamente isso de nada adiantava: Inês já estava morta.
Significado: Entregar algo facilmente.
Histórico: Esta frase nasceu do rito empregado nas doações ao rei ou ao papa. Em cerimónia de beija-mão, os fiéis mais abastados faziam as suas ofertas, que podiam ser terra, prédios e outras dádivas generosas. O papa Paulo IV (1476-1559), em documento de 1555, aludiu a esses meios regulares de provento sem ônus, dividindo-os em oblações ao pé do altar e de mão beijada. Desde então a frase tem sido aplicada para simbolizar favorecimentos.
Significado: Assunto sem importância.
Histórico: Esta frase nasceu quando o boi era tão importante que dele só não aproveitava o berro. Tratado quase como pessoa, com ele os pecuaristas conversavam, não, porém, para fazê-lo dormir. Nas touradas, quando o boi ainda é touro, até a sua fúria compõe o espectáculo.
Significado: Filhos que não têm bom comportamento.
Histórico: A história dessa frase nasceu do milenar trabalho de pastoreio. Em todo o rebanho há um animal de trato difícil, que não acompanha os outros. Cuidando das ovelhas, protegendo-as dos lobos, providenciando-lhes os melhores pastos, o pastor não evita, porém, que uma delas se desgarre. É a “ovelha negra“.
Por metáfora, a frase passou a ser aplicada nas famílias e em outras comunidades, a filhos ou a afiliados que não têm bom comportamento. Na ”Ilíada”, de Homero (século IX a. C.) relata o sacrifício de uma ovelha negra como garantia do pacto celebrado entre Páris e Menelau, que resultou na guerra de Tróia. Mas ela não foi punida por mau comportamento. Como muitas ovelhas negras, era inocente.
Significado: Não esperar por algo que pode demorar.
Histórico: No interior o meio de transporte mais utilizado é o cavalo. Além de não enguiçar nem parar por falta de combustível, o cavalo tem a vantagem de deixar clara a intenção do visitante na chegada. Se ele amarra o bicho na frente da casa, sinal de permanência breve; se leva para um lugar protegido da chuva e do sol, pode botar água no feijão, que a pessoa vai demorar.
Depois o sentido da expressão se ampliou tb para desistir de um propósito qualquer.
Significado: Muito, em grande quantidade.
Histórico: No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava vestindo-se à Abessa, ou seja, como o comerciante. Virou sinónimo de abundância, exagero.
Significado: Hálito fétido.
Histórico: A onça é animal carnívoro e lambuza-se na hora de comer a caça, por isso fede muito e a sua presença é detectada à distância na mata.
Significado: Uma pessoa é muito parecida com outra.
Histórico: Mais uma digreção brasileira. A origem do ditado vem da expressão Esculpido em carrara. A frase é uma alusão à perfeição das esculturas de Michelângelo, pois carrara é um mármore de Itália e foi bastante usado por ele. Há alguns tempos significava fazer bustos de pessoas famosas em carrara, o mais chique dos mármores, ou seja, fazia uma cópia perfeita da fisionomia da pessoa.
Significado: Falar demais.
Histórico: Surgiu do costume que as pessoas muito falantes têm de tocar o interlocutor no cotovelo afim de chamar mais a atenção.
Significado: Chorar muito.
Histórico: O nome pitanga vem de pyrang, que, em tupi, significa vermelho. Portanto, a expressão se refere a alguém que chorou muito, até o olho ficar vermelho.
Significado: Ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se.
Histórico: Na Antigüidade e na Idade Média a barba significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje. Um provérbio espanhol diz que “quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho”. Todos devemos aprender com as experiências dos outros.
Significado: Metáfora na resolução de conflitos.
Histórico: O primeiro restaurante foi aberto na França em 1765. Estabeleceu-se desde o início que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrário do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos. Quando o dono ou o garçom vinha cobrar a conta e o cliente ainda não havia feito a sua refeição, os pratos limpos eram a prova que ele nada devia.
Significado: Ficar sem nada.
Histórico: Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.
Histórico: Pode ter origem em costume francês ou na expressão “saída franca”, indicando mercadorias sem impostos, que não precisam ser conferidas. Como os franceses primam justamente pela etiqueta, não concordaram com a frase e a mudaram para “sair à inglesa”.
Histórico: Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
Histórico: Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.